Hoje vou ser directo e talvez um pouco rude. Mas já me disseram que a rudeza é uma característica dos nativos de aqui. É-nos difícil compreender, a nós, que temos nos genes séculos de fleuma britânica, que os modos de relacionamento sejam, neste canto da Península Ibérica, ainda tão primários - com as invejas mal escondidas, as raivas adormecidas e as dores de cotovelo a arderem por... well, anything.
Ia a farejar num sítio que vocês em Beja chamam de Portas de Mértola, mas onde não vi nem um batente, quanto mais uma porta - embora ache interessante esta vossa capacidade de abstracção - quando o meu ouvido apurado percebeu, por entre a fala de meia dúzia de machos humanos que, nitidamente, se coçavam na parede, que falavam de... mim!
De mim???!!!... Uauf!
Apurei o ouvido - perplexo por merecer assim a atenção dos bejenses - a tempo de perceber que o tema se resumia, no fundo, a uma certeza, que, no calor da discussão, ficava lavrada e assinada por todos os basbaques.
E a certeza era esta: eu mesmo - the dog - não seria eu, porque, afinal, tendo aterrado há apenas pouco mais de duas semanas em Beja, nascido e criado nas terras de Sua Majestade, não poderia dominar o português com esta destreza e facilidade!
Ora, a esses incréus, só me resta uma pergunta, que, de tão óbvia, vai já acompanhada de uma valente mijadela:
- E, por acaso, nunca ouviram falar do Google Translator???!!!...
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